9 de outubro, 2024

Fuja da síndrome do coitadismo.

A ideia do coitadismo sempre me incomodou.

Acho muito cômodo as pessoas percorrerem este caminho como ponto de apoio para responder às suas mazelas pessoais. A síndrome do coitadismo ocorre quando alguém, ou muitos alguéns, apontam você (uma pessoa qualquer) como responsável pelo ato que resultou em fracasso.

A arma do ‘coitado’?

Culpar um terceiro ou uma situação qualquer pelo seu fracasso pessoal. O coitado meio que não pensa, ele simplesmente se defende; aliás, perde mais tempo se defendendo do que atacando as causas de seus problemas.

Ele está sem dinheiro?
Culpa da economia
Está endividado?
Culpa das altas nos preços.
Está sozinho?
As pessoas não o compreendem.
Está desempregado?
Faltam vagas com o seu perfil.
Não recebe aumento de salário?
Isso é porque na empresa não reconhecem o seu trabalho.

Na vida, sempre encontraremos exemplos idênticos com finais diferentes, pessoas que nasceram e foram criadas em comunidades de extrema pobreza, com famílias igualmente desestruturadas, frequentaram o mesmo ensino público; porém, um chegou até a universidade e hoje é um profissional respeitado, outro morreu ou está preso por pertencer ao crime.
Mesmas oportunidades, jeitos diferentes de fazer e enfrentar a vida. Um deles não teve tempo para desculpas.

Desculpas, desculpas e desculpas.

No livro ‘Quem Mexeu no Meu Queijo’, isto é patente. Enquanto um apenas reclama do seu infortúnio e aguarda uma resolução divina, o outro vai em busca de seus objetivos.

Objetivos. Você tem os seus?
Os tenha.

Eles são, sem dúvida, o motor propulsor do seu crescimento, e entenda: você sempre terá um inimigo e um obstáculo. O inimigo é íntimo; ele é quem faz você ser ainda melhor. Muitas vezes ele nem sabe que é teu inimigo; muitas vezes você não sabe, mas ele existe. Assim como o grande truque do diabo é fazer você acreditar que ele não existe, o seu inimigo tem o mesmo perfil; ele se esconde.

Alguns inimigos são conhecidos: a preguiça, a inveja, o orgulho; eles se mostram, é fácil identificá-los.

Outros você vai ter que descobrir sozinho. O desânimo, o sentimento de impotência, a acomodação. Estes ficam na surdina, pacientes, esperam o momento certo para atacar. Em regra, você reage mal ao obstáculo, mas, se estiver consciente, sacode a poeira e segue.

Invariavelmente terá que enfrentar outro inimigo; esse é de carne e osso: a pessoa com síndrome de coitadismo. E esse é duro de combater.

Essa pessoa não faz nada para sair da mesma. Mas, quando você sai, não perde a oportunidade de lhe criticar. Ele está sempre precisando de mais atenção. Às vezes se demonstra gente boa. Mas nunca, jamais lhe diz ‘parabéns’. E atenção: preste muita atenção.

O coitadismo é contagioso.

Sim. Você, de uma hora para outra, não mais que de uma hora para outra, pode estar se lamuriando de tudo que lhe ocorreu. Isso é o que ele quer, um companheiro na desgraça.

Sua vida merece mais! Seus sentimentos merecem mais!

Não importa se você der uma ‘baqueada’ ocasionalmente, fique tranquilo. Siga fazendo o bom trabalho. Não fique arrogante a ponto de pensar que tudo o que fez é perfeito.

Não é.

Também não se torne amargo entendendo que as pessoas são injustas com relação a você. Podem até ser, mas são elas; o que você faz com a informação é que te diferencia. E, acima de tudo, seja sempre feliz. No final das contas, é isso o que mais importa.

Sobre o colunista

Ediney Giordani

Jornalista, xoxial mídia, blogueiro, podcasteiro, escrevinhador de livros, pagador de promessas e impostos. Chão de Fábrica na KAKOI Comunicação.

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